Polícia investiga envolvimento de médico em fraude em Sorocaba

Após depoimento do médico Ariosvaldo Diniz Florentino, a Polícia Civil de São Paulo mudou a linha de investigações. Ariosvaldo falou sobre a ligação dele com os falsos médicos Camila Aline da Silva Matias da Rocha e Fernando Henrique Guerreiro. Os suspeitos atendiam pacientes com os nomes e registros de Bruna Braga, médica e filha do senador do Amazonas, Eduardo Braga, e Ariosvaldo Diniz Florentino, da capital paulista. Ele atuava na Santa Casa de Sorocaba (SP) e Camila, nas unidades de Sorocaba e Piedade (SP).

G1 conversou com o delegado da 63º DP da cidade de São Paulo, Renato Batista de Oliveira, responsável pela investigação do caso. Ele afirma que o depoimento de Ariosvaldo ajudou a esclarecer alguns pontos e mudar a direção das investigações.

A princípio, a polícia trabalhava com a hipótese de que uma quadrilha estaria por trás das ações de falsos médicos nos hospitais do interior. Essa suposição foi descartada depois que Ariosvaldo admitiu ser amigo de Fernando. Agora a polícia investiga o envolvimento do verdadeiro médico na fraude.

O delegado Renato de Oliveira diz que Ariosvaldo afirmou ser amigo de Fernando, além de saber que ele estava morando em Sorocaba e que os dois sempre mantiveram contato por telefone.

“O Ariosvaldo disse que não sabia que o amigo estava usando o nome e o CRM dele em Sorocaba, mas acreditamos que isso seja improvável, já que o médico ajudava Fernando, por telefone, com dúvidas em diagnósticos de pacientes. O objetivo da investigação agora é saber se Ariosvaldo sabia da fraude, e se teria, até, ajudado Fernando”, diz o delegado.

Renato relata que um celular e um carro que pertenciam ao Fernando estavam em nome do médico. “Ariosvaldo disse que não sabia sobre isso e Fernando afirma que já vendeu esse carro, mas estamos investigando essa ligação também”.





Sobre a ligação com Camila da Rocha, presa no dia 22 de novembro, quando atendia na Santa Casa de Piedade (SP), Ariosvaldo informou à polícia que não conhece a mulher. O delegado afirma que, segundo depoimento dos suspeitos, Camila e Fernando teriam se conhecido a cerca de dois meses atrás por intermédio de um amigo em comum.

Além de atuar ilegalmente na Santa Casa de Sorocaba, Fernando Henrique Guerreiro é investigado por homicídio. Segundo a polícia, ele medicou uma paciente que acabou morrendo horas depois. O atestado de óbito da mulher foi assinado por Fernando, mas usando o nome de Ariosvaldo. Duas famílias registraram boletins de ocorrência contra o falso médico.

G1 tentou entrar em contato com o advogado que está cuidando do caso de Camila e Fernando, mas não obteve retorno. Ariosvaldo Diniz Florentino também foi procurado, mas não foi encontrado.

Entenda o caso
O falso médico Fernando Henrique Guerreiro foi preso no último domingo (9) enquanto realizava um atendimento na Santa Casa de Sorocaba. A polícia chegou até ele após uma investigação que começou há três meses, a partir de um caso de homicídio na zona leste de São Paulo.

Os criminosos fugiram em um veículo. Durante as investigações, a polícia descobriu que o carro estava no nome de um homem que está preso. Eles identificaram a esposa do dono e chegaram até Camila Aline da Silva Matias da Rocha, que estava envolvida no roubo.

Camila foi localizada em Piedade, onde atuava como falsa médica na Santa Casa e no ambulatório. Ela também atendia na Santa Casa de Sorocaba, utilizando o nome da médica Bruna Braga, filha do senador Eduardo Braga, do Amazonas.

Em depoimento à polícia, Camila afirmou que foi indicada para trabalhar por um médico chamado Ariosvaldo, de Sorocaba. Os investigadores levantaram a ficha e as características físicas de Ariosvaldo Diniz Florentino e descobriram que ele é médico em São Paulo e é negro. Já o que atuava em Sorocaba é branco – discrepância que chamou a atenção da polícia e levou à verdadeira identidade do suspeito.

Fonte: G1





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