Estudantes de Sorocaba realizam documentário sobre quilombo

Abraçar causas humanitárias e torná-las relevantes a ponto de usá-las como assunto de um documentário. Foi isso que alunos da Escola Estadual Profº Aggêo Pereira do Amaral, de Sorocaba (SP), realizaram neste mês de novembro.

O resultado desse trabalho foi exibido no último dia 14, em um evento promovido na própria escola, que antecipadamente comemorou o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

Para a produção do documentário, duas professoras e dezesseis alunos embarcaram em uma viagem ao Quilombo de Ivaporunduva, que fica na cidade de Eldorado (SP), às margens do Rio Ribeira de Iguape (SP). A partir dessa viagem, eles criaram um documentário, filmado e editado por eles mesmos, que conta a história da comunidade, as dificuldades e todas as batalhas diárias que os quilombolas precisam enfrentar para garantir sua sobrevivência e proteger suas terras.

“Me senti viva!”, comentou a professora de matemática Roseli Doná, sobre a experiencia de participar do projeto. Os três dias de viagem, vivenciados em setembro deste ano, resultaram em um material rico em detalhes e que pode ser visto no conteúdo disponibilizado pelos alunos nas redes sociais durante todo o processo de criação.





“Tudo o que tínhamos em mente, mudou quando chegamos e conhecemos as pessoas do quilombo. O projeto serviu para abrir nossas mentes e vermos que ainda existem pessoas que lutam pelo direito de viver”, resumiu Marina Benitez Mariano, aluna e uma das produtoras do vídeo.

O documentário, de aproximadamente 40 minutos, traz depoimentos de moradores da região e conta também com a participação dos próprios alunos, que relatam a experiência de vida no local e contam o que os fez abraçarem a causa.

“Eu quis que todos os alunos interessados pudessem participar. Nós fizemos rifa, ação entre amigos e levantamos todo o dinheiro necessário para realizarmos o projeto. E com empenho dos alunos, sendo incentivados e motivados, tudo acabou dando certo”, comenta a professora Célia Cristina Gonzales de Almeida, historiadora e idealizadora do projeto.

No vídeo, os alunos explicam sobre os problemas e dificuldades vividos pelos quilombolas. A área ocupada pelas famílias que vivem no quilombo era usada, antigamente, como espaço de exploração de uma mineradora.

Desde a década de 1990, os moradores do local sofrem com a ameaça constante de desapropriação de suas terras devido a construção de uma barragem na região em que residem.

Fonte: G1





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