Após desabamento, Prefeitura decreta luto de três dias em Sorocaba

O prefeito de Sorocaba (SP), Vitor Lippi, decretou luto oficial de três dias na cidade após o desabamento do muro de uma fábrica desativada que causou a morte de sete pessoas na noite de ontem quinta-feira (20).

Parte da estrutura, que tem mais de dez metros de altura e 40 metros de extensão, desabou sobre a rua Comendador Oeterer, no centro da cidade, atingindo os veículos que passavam pelo local no momento do acidente, por volta das 19h. A rua, que dá acesso a um dos principais pontos de comércio da cidade, estava congestionada. Quatro carros e uma moto foram soterrados por toneladas de pedras e tijolos.

Lippi acompanhou o trabalho de resgate das vítimas e determinou que a Secretaria da Cidadania mantenha assistentes sociais à disposição das famílias afetadas pela tragédia. “A gente trabalha o tempo todo pra salvar vidas. Perder vidas é sempre uma tragédia que marca profundamente várias famílias da cidade. Esperamos esclarecer o que houve e dar todo o apoio nesse momento”, disse.

A parede que caiu pertence a uma antiga fábrica de tecidos que estava tombada pelo patrimônio histórico. O prédio, ao lado do maior terminal de ônibus da cidade, estava em processo de restauração para abrigar um shopping center.





Interdição
A Prefeitura Municipal de Sorocaba determinou a interdição imediata das obras até que seja feita uma análise minuciosa da estrutura. A perícia e técnicos da Defesa Civil trabalham no local desde a manhã desta sexta-feira (21) para verificar a possibilidade de novos desabamentos. “Nós vamos fazer a avaliação de todas as paredes que podem oferecer risco. O vento, provavelmente, foi um fator a mais que gerou o acidente, mas há outros que nós vamos investigar. Por enquanto, o local precisa ser preservado para que possamos verificar a estabilidade do muro”, explica o coordenador geral da Defesa Civil, Roberto Montgomery.

Como a rua também foi interditada, a maior preocupação das autoridades, agora, é com os usuários de ônibus, já que uma das faces do muro fica ao lado do Terminal Santo Antônio, o maior da cidade. Porém, de acordo com a primeira avaliação técnica, o local é seguro. “No momento, não há mais riscos de desabamentos. Se for detectado algum risco, o terminal também será interditado”, afirma Montgomery.

Quanto ao possível embargamento da obra, o coordenador afirma que isso só acontecerá caso sejam detectadas irregularidades e procedimentos que não estavam previstos no projeto aprovado pela prefeitura.

Em comunicado, a assessoria de imprensa do futuro shopping center disse que “lamenta profundamente o ocorrido”. “Os motivos do acidente serão apurados e é prematuro ainda apontar uma causa. A obra estava devidamente licenciada pelos órgãos oficiais responsáveis e correndo dentro de todos os padrões usuais de segurança e qualidade, acompanhada pela construtora Fonseca e Mercadante”, diz a nota.

Fonte: G1





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